Resumo
Introdução: a automedicação é uma prática comum entre os povos, existe um aspecto cultural, em utilizar medicamentos disponíveis e vendidos nas drogarias e farmácias sem devida prescrição ou orientação se tornando um risco iminente à saúde do usuário. A população brasileira vem envelhecendo de forma rápida, e juntamente com as doenças crônicas não transmissíveis contribuem para que essa faixa etária seja a mais exposta a multifarmacoterapia. Objetivo: Traçar o perfil da população idosa que freqüenta as UAPS de Juiz de Fora/MG. Método: Estudo de natureza quantitativa observacional realizada nas UAPS do município de Juiz de Fora - MG. No segundo semestre de 2010, foram aplicados questionários em uma amostra de 120 idosos. Os dados foram registrados e analisados no programa EpiInfo v. 3.5.1. Resultados: A média de idade dos idosos entrevistados foi de 67,75 anos, observa-se um predomínio de idosos do sexo feminino na amostra estudada (65%), O grau de escolaridade predominante entre os entrevistados foi o fundamental incompleto (65,0%), 83,3% dos entrevistados relataram ter renda menor que três salários mínimos. Observa-se que 76,9% dos idosos do sexo feminino relatam três ou mais consultas médicas nos últimos 12 meses, enquanto apenas 50% dos idosos do sexo masculino tiveram três ou mais consultas médicas; e 11,9% dos idosos do sexo masculino relataram não ter ido a nenhuma consulta médica nos últimos 12 meses (X 2 p=0,004). Dentre os motivos que levam os entrevistados a automedicação, 35% fazem uso de medicamento para dor de cabeça, 33,33% por outros motivos, 17,5% por gripe, 8,33% por febre e, 5,8% por terem enjôo/vômito. Conclusão: Muitos são os medicamentos utilizados pelos idosos sem prescrição médica, que aliados aos hábitos sociais e a baixa escolaridade comprometem a qualidade de vida dessa parcela da população.