Perspectivas no aprimoramento do diagnóstico da síndrome de enterocolite induzida por proteína alimentar (FPIES): uma revisão sistemática da literatura

Maria Eduarda Magacho de Paula

Fernando Monteiro Aarestrup

Por

Brasil

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora

Alergia e Imunologia Clínica

FCMS/JF

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Diagnóstico diferencial, Enterocolite, Hipersensibilidade alimentar

Introduction: Food protein-induced enterocolitis syndrome (FPIES) is a childhoodonset non-immunoglobulin E (IgE) -mediated food allergy. The pathophysiology of the disease is not yet fully understood, but it is known that, after exposure to food, the cellular response in the inflammatory process that affects the intestinal mucosa predominates. The manifestation may be acute or chronic, with the presence of nausea, vomiting and diarrhea that may progress more severely to dehydration and sepsis. The diagnosis should be based on the patient's symptoms and eating history and can be confirmed by the oral challenge test. Although an international consensus on FPIES was published in 2017, in clinical practice the diagnosis and discovery of trigger protein can be challenging. Objective: To review about prospects on improvement of FPIES diagnosis, summarizing important points in this stage from updated literature data. Methods: Literature review in the Medline database using original studies and systematic reviews with humans regarding the clinical and laboratory diagnosis of FPIES; of any age and gender; written in English and published in the last five years (July 2014 to July 2019). Results: We analyzed six studies compatible with the inclusion and exclusion criteria. Experimental and observational studies have endorsed the search for safer and more specific tests for the diagnosis of FPIES, while reports report various variations in medical practice regarding trigger foods, symptom presentation, and behavior against the most commonly used tests to diagnose the disease. Conclusion: It is considered that both the findings from the medical clinic, which are often uncommon as well as the experimental, which may help in establishing more specific markers in the diagnostic determination of FPIES, are valuable collaborations to enrich the understanding the disease and preparing the physician for prompt identification, with the least possible complication for the patient and lower costs to the health care system.

Introdução: A Síndrome da Enterocolite Induzida por Proteína Alimentar (food protein-induced enterocolitis syndrome - FPIES) é uma alergia alimentar não mediada por imunoglobulina E (IgE) de início mais frequente na infância. A fisiopatologia da doença ainda não está totalmente compreendida, mas sabe-se que, após exposição ao alimento, predomina a resposta celular no processo inflamatório que acomete a mucosa intestinal. A manifestação pode ser aguda ou crônica, havendo a presença de náuseas, vômitos e diarreia que podem evoluir de forma mais grave para a desidratação e sepse. O diagnóstico deve ser baseado nos sintomas e histórico alimentar do paciente, podendo ser confirmado pelo teste de provocação oral. Embora em 2017 tenha sido publicado um consenso internacional sobre a FPIES, na prática clínica o diagnóstico e a descoberta da proteína gatilho pode ser desafiadora. Objetivo: Revisar sobre perspectivas no aprimoramento do diagnóstico da FPIES, sumarizando pontos importantes nessa etapa a partir de dados atualizados da literatura. Métodos: Revisão da literatura na base de dados Medline utilizando estudos originais e revisões sistemáticas com seres humanos, a respeito do diagnóstico clínico e laboratorial de FPIES; de qualquer idade e gênero; redigidos em inglês e publicados nos últimos cinco anos (julho de 2014 a julho de 2019). Resultados: Foram analisados seis estudos compatíveis com os critérios de inclusão e exclusão. Os estudos experimentais e observacionais endossaram a busca por testes mais seguros e específicos para o diagnóstico da FPIES, enquanto a revisão sistemática incluída reportou as diversas variações na prática médica a respeito dos alimentos gatilho, apresentação de sintomas e comportamento frente aos testes mais usados para diagnosticar a doença. Conclusão: Considera-se que tantos os achados provenientes da clínica médica que, muitas vezes, tratam-se de situações pouco comuns quanto os experimentais, que podem auxiliar no estabelecimento de marcadores mais específicos na determinação diagnóstica da FPIES, são colaborações valiosas para enriquecer o entendimento da doença e preparar o médico para sua pronta identificação, com a menor complicação possível para o paciente e menores custos para o sistema de saúde.