Taxa de gravidez em mulheres submetidas à miomectomia histeroscópica: uma revisão sistemática

Rodrigo Aguiar da Cruz, Renan de Barros Salgado

Renata Barreto Marques

Lúcia Cunegatto Guimarães

Por

Brasil

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora

Endoscopia Ginecológica

FCMS/JF

1

Mioma, Histeroscopia, Miomectomia uterina, Gravidez, Infertilidade

Objective: To determine through a systematic review the effect of hysteroscopic myomectomy on reproductive performance of women with submucosal fibroids trying to conceive for at least 12 months and with otherwise unexplained infertility. Methods: We analyzed the studies published in the medical literature between January 2005 and August 2015, with reference to the MEDLINE database (National Library of Medicine) and the Cochrane Library. There was no restriction on language. We only considered controlled and randomized clinical trials (RCTs) for the results. The selected endpoints were overall pregnancy rate, pregnancy rate by type of submucosal fibroids and mean time between intervention and pregnancy. Inclusion and exclusion criteria were defined and applied by the authors. Results: We included in the scope of this review 2 RCTs that met the selection criteria and involved 298 patients. Both studies showed favorable results performing hysteroscopic myomectomy when compared to no resection of the fibroid, reaching overall pregnancy rates of up to 63.4% in the intervention group and only 28.2% in the control group. Similar results were also obtained when evaluated pregnancy rates by the type of submucosal fibroids. Only one study evaluated the mean time between intervention and pregnancy, showing significant reduction in this outcome in patients undergoing the surgical procedure. Conclusion: An important benefit with hysteroscopic myomectomy cannot be excluded in these patients, suggesting an increase in pregnancy rates when the surgery is performed. But more controlled and randomized clinical trials are needed to confirm this benefit.

Objetivo: Determinar por meio de uma revisão sistematizada o efeito da miomectomia histeroscópica sobre a performance reprodutiva de mulheres com miomas submucosos tentando engravidar há pelo menos 12 meses e sem outras causas definidas de infertilidade. Método: Foram analisados os estudos publicados na literatura médica entre janeiro de 2005 e agosto de 2015, tendo como referência as bases de dados MEDLINE (National Library of Medicine) e a Biblioteca Cochrane. Não houve restrição quanto ao idioma. Foram considerados apenas os ensaios clínicos controlados e randomizados (ECCR) para efeito de resultados. Os desfechos selecionados foram: taxa geral de gravidez, taxa de gravidez por tipo de mioma submucoso e tempo médio entre intervenção e gravidez. Critérios de inclusão e exclusão foram def i ni dos e aplicados pelos autores. Resultados: Fizeram parte do escopo desta revisão 2 ECCR, que preencheram os critérios de seleção e envolveram 298 pacientes. Os dois estudos apresentaram resultados favoráveis a realização de miomectomia histeroscópica quando comparada à não ressecção do mioma, atingindo taxas gerais de gravidez de até 63.4% no grupo intervenção e apenas 28.2% no grupo controle. Resultados semelhantes ainda foram obtidos quando avaliadas as taxas de gravidez por tipo de miomas submucosos. Apenas um estudo avaliou o tempo médio entre intervenção e gravidez, evidenciando redução significativa deste desfecho nas pacientes submetidas ao procedimento cirúrgico. Conclusão: Um importante benefício com a miomectomia histeroscópica não pode ser excluído nessas pacientes, sugerindo um aumento nas taxas de gravidez quando essa cirurgia é realizada. Porém, mais ensaios clínicos controlados e randomizados são necessários para comprovar tal benefício.