Uso de inibidores da bomba de prótons e o surgimento de câncer de estômago: revisão sistemática
Autor(es)
Fernanda Cristina dos Santos David, Marcus Flávio Carvalho e Carvalho, Vanessa de Castro Carvalhal
Orientador
Klaus Ruback Bertges
Idioma
Por
País
Brasil
Editor
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora
Curso
Gastroenterologia
Sigla da Instituição
FCMS/JF
Tipo de Acesso
1
Assunto
Neoplasias Gástricas, Inibidores da Bomba de Prótons, Fator de Risco
Abstract
Introduction. Prolonged use of proton pump inhibitors (PPIs) has long been used in the treatment of gastrointestinal diseases. Because of this wide use, several studies have alerted to the possible development of anatomopathological changes of the gastric mucosa, mainly related to the prolonged use of this pharmacological class. Recent clinical and experimental studies have suggested that these alterations are related to the development not only of pre-neoplastic lesions but also of gastric tumors. Objective. Investigate the association of the use of PPIs (medications, dose, time of use and preconditions) with the onset of stomach cancer. Method. A systematic review of the literature was performed using the Pubmed / Medline database where the following search term was applied: "Proton Pump Inhibitors" [AND] ("gastric cancer" OR "Stomach Neoplasm" OR "Stomach Neoplasms" OR "Gastric Neoplasms" OR "Gastric Neoplasm" OR "Cancer of Stomach" OR "Stomach Cancers" OR "Gastric Cancers" OR "Cancer of the Stomach" AND ("Risk" OR "Factor Risk"). The following selection criteria were used: full text, date of publication (10 years), species (humans) and language (english). RESULTS. After the search, 16 studies were identified and after reading and applying the inclusion and exclusion criteria, 4 were left in agreement with the scope of these studies. In total, 1,169,022 individuals from four different countries were involved: China, Denmark, the United States and Sweden. Some authors believe that the use of PPIs may mask the occurrence of early signs that would be indicative of more severe complications in the gastrointestinal tract and that this could contribute to the onset of neoplasias. On the other hand, the mechanism by which there would be the possibility of the emergence of the neoplasia discussed is related to the significant reduction in the production of gastric acid that would consequently lead to an increase in gastrin secretion, however, there is a lack of evidence in humans. There are still a limited number of studies that point to the risk of gastric cancer in patients receiving treatment with PPIs. Until more convincing findings are made and accepted by scholars in the area, the safety profile of PPIs is considered satisfactory when used in dosages as indicated and for patients who present superior benefits to the risks due to their use. Conclusion. It was concluded that the use of PPIs may increase the risk of gastric cancer, but for patients who meet the criteria of their use the advantages outweigh the risks. Use in higher than required dosages, chronic nonprescription treatments, and in patients who have already experienced HP infection are risk factors for more serious complications, such as CG, associated with PPI treatment.
Resumo
Introdução. O uso prolongado de inibidores de bomba de prótons (IBP) tem sido um recurso muito utilizado no tratamento de doenças gastrointestinais. Por conta desta ampla utilização, vários estudos têm alertado para o possível desenvolvimento de alterações anatomopatológicas da mucosa gástrica, sobretudo relacionadas ao uso prolongado desta classe farmacológica. Estudos clínicos e experimentais recentes sugeriram que estas alterações teriam relação com o desenvolvimento não só de lesões pré-neoplásicas mas, também, de tumores gástricos. Objetivo. Investigar a associação do uso de IBP’s (medicamentos, dose, tempo de uso e condições prévias) com o surgimento de câncer de estômago. Método. A revisão sistemática da literatura foi realizada utilizando-se a base da dados Pubmed/Medline onde foi aplicado o seguinte termo de busca: “Proton Pump Inhibitors”[ti] AND ("gastric cancer" OR “Stomach Neoplasm” OR “Stomach Neoplasms” OR “Gastric Neoplasms” OR “Gastric Neoplasm” OR “Cancer of Stomach” OR “Stomach Cancers” OR “Gastric Cancers” OR “Cancer of the Stomach” ) AND ("Risk" OR "Factor Risk"). Foram empregados como filtros de seleção: disponibilidade do texto (full text), data de publicação (10 years), espécies (humans) e idioma (english). Resultados. Foram identificados 16 estudos dos quais, após leitura e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, restaram 4 condizentes ao escopo deste estudo. Num total, estiveram envolvidos 1.169.022 indivíduos de quatro países diferentes: China, Dinamarca, Estados Unidos e Suécia. Alguns autores acreditam que o uso de IBP’s pode mascarar a ocorrência de sinais iniciais que seriam indicativos de complicações mais graves no trato gastrintestinal e que isso poderia contribuir para o surgimento de neoplasias. Por outro lado, o mecanismo pelo qual haveria a possibilidade de surgimento da neoplasia discutida relaciona-se a significativa redução na produção de ácido gástrico que levaria, consequentemente, a um aumento na secreção de gastrina, no entanto, faltam comprovações em humanos. Ainda há um número limitado de estudos que apontam o risco de câncer gástrico em pacientes recebendo tratamento com IBP’s. Até que constatações mais contundentes sejam propostas e aceitas por estudiosos da área, o perfil de segurança dos IBP’s é considerado satisfatório quando empregados em dosagens conforme indicação e para pacientes que apresentam benefícios superiores aos riscos em decorrência de seu uso. Conclusão. Concluiu-se que o uso de IBP’s podem aumentar o risco de surgimento de câncer gástrico, mas para pacientes que cumprem os critérios de sua utilização as vantagens sobrepujam os riscos. Uso em dosagens superiores a necessária, tratamentos crônicos, sem prescrição médica e em pacientes que já apresentaram infecção por HP são fatores de risco para complicações mais sérias, como o CG, associadas ao tratamento com IBP’s.
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