Repositório Institucional - RI

Infecção primária relacionada a cateter venoso central: impactos no paciente crítico

Wanderson da Costa Velozo

Érika Bicalho de Almeida Brugguer

Meire Cavalieri de Almeida

Jussara Regina Martins Martins

Por

Brasil

Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz De Fora

Enfermagem

FCMS/JF

1

Unidade de terapia intensiva, Cateteres venosos centrais e infecções

Introduction: Central venous catheters (CVC) are used by hospitalized patients, mostly in intensive care units (ICU), for a prolonged period of time (more than 48 hours), a fact that allows bacterial colonization of the skin and subcutaneous tissue, biofilm in the catheter lumen and consequent central catheter-related bloodstream infection (CRBSI). Objective: to analyze the incidence of infection in the central venous catheter in the ICU. Identify the most prevalent microorganisms found in CVC in ICUS. Methods: This is a descriptive, retrospective study with a quantitative approach. The rate of bloodstream infections related to central venous catheters and the most prevalent microorganisms were evaluated. through the selection of SCIH spreadsheets with CVC infection rates recorded monthly, record sheets of microorganisms found in infected CVCs that were implanted in ICU I and II sectors. All this data was transported to a single spreadsheet, created by the authors, to be analyzed and compared with the literature on the subject. This study took place from January to October 2023 in two Intensive Care Units, intended for adult patients in a 100% SUS teaching hospital in the city of Juiz de Fora- MG. Results: A total of 233 CVC implantations were found in Adult ICUs, of which 141 were infected (prevalence of 61%). In relation to the monthly prevalence, a greater number of infections was observed in relation to the number of catheters in May and June, probably due to the timeless record of CVC insertion and removal. 45 types of microorganisms causing infections related to CVCs were found. The most prevalent pathogens are: Staphylococcus spp. (coagulase negative); Klebsiella pneumoniae resistant to carbapenems; Klebsiella pneumoniae, ESBL-producing strain; Acinetobacter baumannii; Carbapenem-resistant Enterobacter aerogenes; Staphylococcus aureus; Carbapenem-resistant Enterobacter clocae; Pseudomonas aeroginosa; Acinetobacter spp; Staphylococcus epidermidis. There was more than one type of microorganism in some infection sites. There is a prevalence of infections in more than half of the catheters implanted, even with the use of bundles (insertion checklist). Infections impact patient safety and increase length of stay and treatment-related costs. Conclusion: Weaknesses were found in the research, as there may be underreporting of infection-day records to calculate the incidence of infections related to central venous access. Due to the diversity of pathogens found, the importance of aseptic techniques in insertion, dressing and handling of devices is highlighted. It is necessary to carry out new studies that corroborate professional practices to reduce the prevalence of infections related to CVCs. In this way, reach the goals set by ANVISA by 2025.

Introdução: Os cateteres venosos centrais (CVC) são utilizados por pacientes hospitalizados, em sua maior parte em unidades de terapia intensiva (UTI), por tempo prolongado (superior a 48 horas), fato que permite a colonização bacteriana da pele e tecido subcutâneo, biofilme no lúmen do cateter e consequente infecção da corrente sanguínea relacionada ao cateter central (ICSRC). Objetivo: analisar a incidência de infecção no cateter venoso central em UTI. Identificar os microrganismos de maior prevalência encontrados nos CVC em UTI. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa. Foram avaliados o índice de infecções de corrente sanguínea relacionado a cateter venoso central e os microorganismos mais prevalentes através da seleção de planilhas do SCIH com os índices de infecção dos CVC registradas mensalmente, fichas de registro dos microrganismos encontrados nos CVC infectados que foram implantados nos setores UTI I e II. Todos esses dados foram transportados para uma planilha única, construída pelos autores, para serem analisadas e comparadas com a literatura sobre a temática. . Esse estudo ocorreu no período de janeiro a outubro de 2023 em duas Unidades de Terapia Intensiva, destinadas à pacientes adultos de um hospital de ensino 100% SUS da cidade de Juiz de Fora- MG. Resultados: Foram encontrados um total de 233 implantações de CVC nas UTIs Adulto, sendo que destes 141 estavam infectados (prevalência de 61%). Já em relação à prevalência mensal, percebe-se um número maior de infecções em relação ao número de cateteres em maio e junho, provavelmente em decorrência do registro atemporal de inserção e retirada dos CVC. Foram encontrados 45 tipos de microorganismos causadores de infecções relacionadas aos CVCs. Os patógenos mais prevalentes são: Staphilococcus spp. (coagulase negativa); Klebsiella pneumoniae resistente aos carbapenemicos; Klebsiella pneumoniae, cepa produtora de ESBL; Acinetobacter baumannii; Enterobacter aerogenes resistente aos carbapenemicos; Staphilococcus aureus; Enterobacter clocae resistente aos carbapenemicos; Pseudomonas aeroginosa; Acinetobacter spp; Staphilococcus epidermidis. Houve mais de um tipo de microorganismo em alguns sítios de infecção. Há a prevalência de infecções em mais da metade dos cateteres implantados, mesmo com a utilização de bundles (check-list de inserção). As infecções impactam sobre a segurança do paciente e aumentam o tempo de internação e os custos relacionados ao tratamento. Conclusão: Foram encontradas fragilidades na pesquisa, uma vez que podem haver subnotificações dos registros infecções-dia para cálculo de incidência das infecções relacionadas ao acesso venoso central. Devido à diversidade de patógenos encontrados, destaca-se a importância das técnicas assépticas na inserção, curativos e manuseio dos dispositivos. É necessário a realização de novos estudos que corroborem às práticas profissionais para diminuição da prevalência de infecções relacionadas aos CVCs. Dessa forma, chegar às metas objetivadas pela ANVISA até 2025.