Assunto
Aderência ao tratamento, Hipertensão arterial, Terapêutica, Dificuldades
Resumo
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) ocupa lugar de destaque no contexto da transição epidemiológica, e constitui um dos principais fatores de risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares. O controle da hipertensão está diretamente relacionado ao grau de adesão do paciente ao tratamento medicamentoso ou não, sendo de fundamental importância a abordagem multiprofissional. Objetivos: Investigar os principais fatores que influenciam na adesão ao tratamento da HAS nos pacientes atendidos em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) pertencente ao Programa de Saúde da Família (PSF) da cidade de Juiz de Fora. Métodos: Foram avaliados 157 pacientes atendidos na UBS Bandeirantes da cidade de Juiz de Fora - MG. Foi aplicado um questionário contendo 14 perguntas, a fim de obter informações em relação aos aspectos que influenciam na adesão ao tratamento antihipertensivo. Foi feita análise descritiva dos dados e utilizado o teste quiquadrado de Pearson. Para o p valor e os intervalos de confiança o valor crítico foi definido em 95%. Resultados: Dos 157 pacientes participantes, 110 (70%) são do sexo feminino e 47 (30%) do sexo masculino. Quanto à composição da amostra segundo as características de interesse, 113 (71,9%) são da cor branca, e, 63 (40,1%) não concluíram o ensino fundamental. Quanto ao nível sócio-econômico, verificou-se que 103 (65,6%) dos pacientes não têm o seu tratamento prejudicado pela dificuldade financeira. Oitenta e seis (54,8%) hipertensos disseram que todas as medicações utilizadas no seu tratamento são disponibilizadas na UBS. Observou-se que 80 pacientes (51%) não deixam de fazer uso dos anti-hipertensivos, independente de estarem sintomáticos ou não. A relação médico-paciente foi classificada em boa, muito boa e indiferente, sendo que 107 (68,2%) referem ter uma boa relação com seu médico e, 57 destes não deixam de fazer uso da medicação. Conclusão: Os resultados mostraram que houve uma alta adesão dos pacientes ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso da HAS, na UBS em questão, sugerindo que o papel do médico frente à terapia anti-hipertensiva é essencial para um controle adequado da pressão arterial. A intervenção no tratamento e no acompanhamento de pacientes hipertensos, através da formação de grupos para ação educativa, seguimento regular, garantia de fornecimento de medicação e atendimento de intercorrências por equipe multidisciplinar, é de notável importância na adesão ao tratamento dessa doença crônica.